Banco se mostra disposto a negociar reivindicações dos funcionários

29 de junho 2018
Nesta sexta-feira (29/06) ocorreu a primeira rodada de negociação entre o Banco do Brasil e a CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil), órgão auxiliar da Contraf-CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) que assessora o Comando Nacional dos Bancários no relacionamento entre os funcionários e a direção do banco.
Os representantes do BB manifestaram disposição de negociar os pontos de pauta de reivindicações específicas da Campanha 2018, protocolada junto à instituição no último dia 13 de junho.
“Foi importante a disposição do banco de estabelecer um diálogo propositivo para chegarmos a um acordo que atenda às reivindicações dos funcionários. Nosso Acordo Coletivo contempla dezenas de direitos e conquistas de diversas Campanhas Salariais, incluindo temas de isonomia que precisam ser preservados”, afirmou o coordenador da CEBB, Wagner Nascimento.
Wagner ressaltou a importância da antecipação da entrega da pauta específica de reivindicações ao banco. “Neste ano apresentamos nossas reivindicações com bastante antecedência e houve mais tempo para analisá-las. Isso permitiu que o banco avançasse nas propostas e abrisse a possibilidade de assinar o Pré-acordo para manter a ultratividade da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) e de manter a validade dos direitos atuais para todos os funcionários e funcionárias, contemplando os chamados hipersuficientes”, explicou Wagner.
Mesas específicas
Para dar maior celeridade nas negociações, o banco propôs, inclusive, estabelecer mesas específicas com o intuito de avançar nos debates sobre determinados temas, como segurança e saúde do trabalhador; teletrabalho; e escritórios digitais.
Com relação à Cassi, a caixa de assistência dos funcionários do Banco do Brasil, o banco não aceita debater o tema na mesa de negociações específicas da Campanha Nacional. Prefere que seja debatido no fórum específico da governança da Cassi.
A CEBB reafirmou a proposta sobre a Cassi, aprovada no 29º Congresso dos Funcionários do BB, que é desconsiderada pelo banco.
“Os representantes do banco alegam que precisam cumprir as resoluções da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União) e por isso não podem aceitar a proposta enviada pela Contraf-CUT”, explicou o coordenador da CEBB.
Wagner se refere à resolução 23 da CGPAR, que trata das diretrizes e parâmetros para o custeio das empresas estatais em relação aos benefícios de assistência à saúde ao funcionalismo público e está sendo questionada judicialmente. A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) apresentou Projeto de Decreto Legislativo (PDC 956/2018) com o objetivo de sustar essa resolução.
“O que nos preocupa é que os novos funcionários não terão direito à Cassi justamente quando mais precisarão dela: na aposentadoria”, lamentou Rafael Zanon, secretário de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasília e Região, membro da CEBB.
“Alguns funcionários ainda não se deram conta de que a Cassi é muito mais barata do que todos os outros planos disponíveis no mercado”, ressaltou João Fukunaga, Secretário de Assuntos Jurídicos Individuais do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, representante da Fetec-CUT/SP (Federação dos Bancários de São Paulo) na CEBB.
Economus
O banco também abriu a possibilidade de debater a questão dos funcionários incorporados de outros bancos nas questões de saúde e previdência.
Outros pontos debatidos
O sistema de pontuação por mérito é outro ponto que o banco aceita discutir. O BB estabeleceu que os funcionários e funcionárias cedidos ou requisitados para órgãos governamentais poderão ser beneficiados pela pontuação.
O banco ainda disse estar disposto a retomar as homologações das rescisões de contrato de trabalhos nos Sindicatos, a ampliação do tempo de pagamento da VCP (Verba de Caráter Pessoal) e atualizar a tabela de PIP (Pontuação Individual do Participante) da Previ.
Por fim, o banco também estudará a regularização da situação dos funcionários que fizeram concurso específico para a área de TI que ainda não tomaram posse.
Fonte: Contraf-CUT