Movimento sindical cobra explicações a respeito de fechamento de 200 agências

17 de março 2018
As representações sindicais da categoria bancária ficaram apreensivas com o anúncio feito pelo Bradesco de que pretende fechar 200 agencias em todo o País. O maior medo é com a possibilidade de ocorrer um fechamento em massa de postos de trabalho no segundo banco maior privado brasileiro.
Imediatamente após a notícia, o movimento sindical procurou a administração do Bradesco para tratar do assunto.
“Nos reunimos com o departamento de Relações Sindicais, que nos informou que se trata de um estudo, uma vez que, com a aquisição do HSBC, passaram a coexistir duas, e até três agências muito próximas. O banco também disse que não tem a intenção de demitir funcionários, mas realocá-los em agências próximas que estão com déficit de pessoal, disse Sandra Regina, dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
O banco também afirmou que o “banco digital” não vai substituir as agências físicas, visto que grande parte da população prefere o atendimento pessoal dos bancários.
Aumento das receitas
Outro motivo de preocupação do movimento sindical é com o aumento do assédio moral por meio das práticas de cobrança de metas. O banco pretende aumentar a receita com a venda de produtos aos clientes.
Atualmente, a média de produtos adquiridos por clientes é de 1,6. A meta é chegar à média de 2 produtos por cliente.
O banco alega que tem um departamento que faz um estudo para determinar metas possíveis de serem alcançadas, sem abusos. Disse ainda que, se houver excessos na cobrança de metas é devido à má postura de gestores. “Vamos acompanhar todo o processo, desde o estudo até a implantação do projeto. Se houver excesso nas cobranças, demissões, ameaças vamos denunciar e tomaremos as medidas cabíveis”, ressaltou a dirigente.
Reunião da COE
Na próxima terça-feira (20/03), o Comando Nacional dos Bancários se reunirá na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. Um dos pontos de pauta é a organização das Conferências Nacionais dos Bancos Privados, entre elas a do Bradesco.
“Convocaremos uma reunião da COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Bradesco logo após a reunião do Comando Nacional para, entre outros pontos, tratarmos sobre esse estudo que está sendo feito pelo banco”, disse Gheorge Vitti, coordenador da COE do Bradesco.
Para Gheorge, este é apenas um dos desafios a ser enfrentado pela categoria neste ano. “O banco está passando por uma troca de comando e certamente haverá mudanças, mas nosso debate precisa ser muito mais amplo. Vivemos um momento de forte ataque aos direitos dos trabalhadores. Além disso, neste ano acontecerão eleições gerais. Tudo isso afeta a vida do trabalhador e temos que estar muito organizados para enfrentarmos esse momento da melhor forma possível e avançarmos o máximo possível”, observou o dirigente sindical.
Fonte: Contraf-CUT