Contraf-CUT organiza III Forúm Nacional pela Visibilidade Negra nos bancos

17 de março 2016
A Contraf-CUT realizará nos dias 11 e 12 de abril, em Curitiba, o III Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro.
O evento vai reunir bancários e bancárias de todo o país com o objetivo de debater as práticas discriminatórias que favorecem somente aqueles que hegemonicamente detém o capital, segregando e precarizando as relações e as condições de trabalho na sociedade, a fim de concentrar riquezas.
O II Censo da Diversidade, divulgado pela Fenaban em 2014, mostrou que, dos 500 mil bancários que atuam no setor, somente 24,7% são negros. Deste percentual, apenas 3,4% se declararam pretos e nesta mesma pesquisa nem aparece os dados da mulher negra.
Jair Sambudio, representante da Fetec-CUT/PR na CGROS (Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Pessoas com Deficiência), avalia que estes números serão amplamente debatidos no Fórum.
“Apesar de negarem a existência da discriminação no setor financeiro, o II Censo da Diversidade comprovou isso, jogando por terra o discurso dos bancos e a imagem que tentam passar em suas propagandas de que existe inclusão e de que tudo é maravilhoso no setor”, salienta.
Segundo Jair, a discriminação não se restringe apenas na contração, mas também nas promoções e, principalmente, na remuneração.
“Os dados revelam que os negros ganham, em média, 87% dos salários dos bancos. Em relação à bancária negra essa diferença é maior ainda”, denuncia.
Vale lembrar que, segundo o IBGE, em julho de 2014, a população brasileira era de 202,7 milhões de habitantes, das quais, 53% é composta de negros. Nos espaços acadêmicos, de um total de 387,4 mil pós-graduandos, somente 112 mil são negros. Mesmo com todos os avanços das políticas afirmativas e do Estatuto da Igualdade Racial, ainda assim, o espaço dos negros no meio acadêmico representa apenas 28,9% do total.
“Neste sentido, o Fórum da Visibilidade Negra no Sistema Financeiro será essencial para debatermos estratégias para mudar esse triste cenário e cobrar mudanças efetivas dos bancos para que surjam, de fato avanços em relação à inclusão e igualdade de oportunidades”, avalia Jair Sambudio.
Fonte: CUT