Categoria cobra proposta com aumento real e respeito aos empregos

16 de agosto 2018
Os bancários e bancárias trabalham em um dos setores mais lucrativos do Brasil e exigem respeito. Assim, na sexta-feira (17/08), o Comando Nacional da categoria volta à mesa de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) esperando uma proposta decente para ser apresentada aos trabalhadores.
Na última negociação da Campanha Nacional Unificada 2018, realizada no último dia 7, os bancos apresentaram uma proposta que previa somente reposição da inflação, medida pelo INPC/IBGE, para salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR e auxílio-creche/babá, sem aumento real.
“As Assembleias realizadas em todo o Brasil no dia 8 deixaram claro que a categoria não vai aceitar proposta sem aumento real. Também não será admito nenhum direito a menos e isso se aplica também aos acordos específicos dos bancos públicos”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), uma das coordenadoras do Comando.
De acordo com Juvandia, os negociadores dos bancos afirmaram que iriam resolver a Campanha na mesa de negociação, mas até agora não trouxeram respostas para as reivindicações fundamentais para a categoria. “Eles não querem falar em manutenção dos empregos e pretendem adotar novas formas de contratações previstas na lei trabalhista do pós-golpe, o que vai precarizar as relações de trabalho”, critica Juvandia.
“É decepcionante ver como os bancos regateiam com os direitos dos seus empregados, os principais responsáveis pelos excelentes resultados do setor”, afirma a dirigente, lembrando que o lucro dos bancos cresceu quase 34% em 2017.
“Como podem pensar em não pagar aumento real aos trabalhadores? E as demandas de saúde, de emprego, a manutenção dos direitos? Queremos compromisso assinado na Convenção Coletiva de Trabalho de que os bancários não serão trocados por terceirizados, intermitentes, temporários, PJs”, ressalta a presidenta da Contraf-CUT.
Proposta indecente
A proposta apresentada pela Fenaban no último dia 7 previa acordo de quatro anos com reposição da inflação a cada data base da categoria (1º de setembro). Para 2018, o reajuste seria de 3,82% (projeção do INPC entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018). Os representantes dos bancários já deixaram claro: acordo de quatro anos só com garantia de empregos.
Os bancos ainda querem alterar cláusulas da CCT da categoria, segundo eles, para garantir segurança jurídica, mas não apresentaram a redação das modificações.
Fonte: Contraf-CUT