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Sindicato participa de audiência pública na Câmara sobre desmonte do Banco do Brasil

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15 de dezembro 2016

Em audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara, nesta terça-feira (13), representantes sindicais criticaram a reestruturação do Banco do Brasil, anunciada pelo governo Temer em novembro. A audiência, solicitada pelos deputados Erika Kokay (PT) e Daniel Almeida (PCdoB), contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além do presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, e um representante da Contraf-CUT.

Compondo uma das mesas da audiência, o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, disse que faltou transparência do banco no processo, em especial na definição das agências a serem fechadas. “Ficamos sabendo da reestruturação pela grande mídia. O banco não nos informou os critérios sobre o fechamento e sobre o corte de vagas. Parece um movimento de apequenamento da instituição”, criticou.

Reestruturação extingue cargos

A reestruturação prevê o fechamento de 402 agências e a transformação de outras 379 em postos de atendimento até 2017, além de reduzir o quadro de funcionários e extinguir cargos. Em todo o país, 9.409 funcionários decidiram aderir ao plano de aposentadoria incentivada pela empresa. No Distrito Federal, foram 918 adesões. Com a extinção dos cargos, 9,3 mil funcionários serão realocados até junho de 2017.

Reestruturação prejudica sociedade

Para Araújo, o fechamento das agências prejudicará, principalmente, clientes com baixo poder aquisitivo no interior do País, que dependem do banco para ter acesso a salário, aposentadoria e incentivo agrícola. Também atingirá os clientes rentáveis que podem retirar suas contas do banco por causa da forma truculenta que isso acontece. “A reestruturação também diminuirá o papel do banco como incentivador do desenvolvimento nacional”, acrescentou.

“Não podemos permitir, passivamente, esse desmonte e a penalização dos funcionários. O que está ocorrendo com o BB pode ser repetido em outros bancos públicos e em outras estatais”, ressaltou o deputado Daniel Almeida. 

A deputada Erika Kokay sugeriu a realização de mais uma audiência sobre o tema para discutir a repercussão das medidas tomadas pelo Banco do Brasil na sociedade. O debate deve ficar para o início de 2017.  

Audiência no MPT

Na próxima segunda-feira (19), o Ministério Público do Trabalho realizará uma audiência com os representantes das partes com o objetivo de mediar a relação dos sindicatos e confederações com o BB. Segundo a procuradora do Trabalho, Ana Cristina Ribeiro, será uma oportunidade para discutir e minimizar os prejuízos dos trabalhadores.

Rosane Alves
Do Seeb Brasília

 

AC