Sindicato paralisa agência contra mesquinharia do Itaú

11 de setembro 2015
O Sindicato de São Paulo paralisou uma agência do Itaú nos dias 9 e 10 de setembro em protesto contra a demissão por justa causa de dois bancários. A justificativa do banco para desligá-los – um deles com mais de 30 anos de casa – sem ter de pagar os direitos trabalhistas é que eles não teriam acionado o botão do pânico durante um assalto ocorrido em julho.
A unidade, localizada em um shopping de São Paulo, segue a nova configuração do banco, que dispensa medidas de proteção, como portas giratórias de segurança com detector de metais.
“Quer dizer, o banco economiza na proteção dos seus clientes e funcionários, deixa o local vulnerável e ainda por cima responsabiliza os trabalhadores quando a agência sofre um assalto”, critica o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato de São Paulo, Carlos Damarindo, que também é bancário do Itaú.
A agência continuará fechada até que o banco reverta as demissões, afirma Damarindo. “Os bancários contam que não acionaram o botão porque não se sentiram seguros. Afinal eram as vidas deles, dos colegas e dos clientes que estavam em risco. A inspetoria do banco agiu com leviandade ao não apurar os fatos com cuidado e os setores de segurança e jurídico chancelaram a demissão por justa causa, pouco se importando que um trabalhador com mais de 30 anos de banco não receberá verbas rescisórias”, denuncia o dirigente.
Humilhando os demitidos
Conforme apurou o Sindicato de São Paulo, o ato da demissão dos funcionários teve requintes de crueldade. “Os bancários nos relataram que o gerente de suporte operacional e o gerente regional da agência chegaram no meio do expediente e intimaram os dois bancários. Pediram que interrompessem suas atividades, entregassem seus crachás e os demitiram alegando que eles teriam facilitado o assalto, tudo isso na frente dos clientes”, conta Carlos Damarindo.
Nas últimas semanas o Sindicato de São Paulo vem recebendo dezenas de denúncias de demissões de bancários do Itaú por justa causa. A imensa maioria delas não se enquadra naquilo que a legislação determina como tal.
“É uma vergonha um banco que lucra bilhões explorando a sociedade e os seus funcionários, querer ganhar ainda mais não pagando as verbas rescisórias a quem muitas vezes trabalhou ali 20, 30 anos. É uma prática que revela toda mesquinhez, ganância e falta de escrúpulos da diretoria deste banco que prega em seus comerciais a importância de mudar o mundo”, afirma Carlos Damarindo.
Por Rodolfo Wrolli/Sindicato de São Paulo