Fenaban não se posiciona sobre reajuste e negociação continua amanhã (11/09)

10 de setembro 2014
Repetindo a mesma postura das três rodadas de negociação anteriores, os bancos enrolaram mais uma vez e não apresentaram ao Comando Nacional dos Bancários nenhuma proposta hoje (10/09), quando foram debatidas as reivindicações a respeito do reajuste de 12,5%, PLR e demais cláusulas econômicas constantes na Minuta da Campanha Nacional Unificada 2014.
Representantes da Fenaban afirmaram que vão consultar os presidentes dos bancos para apresentar uma proposta global para as demandas da categoria, em data a ser definida. As negociações sobre as cláusulas sobre remuneração, entre elas a PLR, prosseguem amanhã (11/09), em São Paulo.
"Cobramos dos bancos que os salários dos bancários sejam valorizados com aumento real, uma vez que as empresas têm condições de sobra para atender as reivindicações diante dos lucros estratosféricos. Somente os seis maiores bancos lucraram R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Nas negociações desta quarta-feira foram debatidas as seguintes reivindicações:
Reajuste de 12,5%
O Comando apresentou levantamento do Dieese mostrando que 93,2% dos acordos salariais assinados pelos trabalhadores no primeiro semestre contemplaram reajustes superiores ao índice de inflação.
"Os bancários merecem aumento real de salário, valorização dos pisos e uma PLR maior porque contribuíram com os lucros recordes aumentando a produtividade dos bancos. Esse é um mecanismo para manter o poder de compra dos trabalhadores e contribuir com a desconcentração da renda", acrescenta Carlos Cordeiro.
14º salário
Refletindo a expectativa da categoria manifestada nas consultas realizados pelos sindicais, a 16ª Conferência Nacional dos Bancários reforçou a reivindicação de instituição do 14º salário. Os negociadores da Fenaban consideraram "muito estranha" essa demanda, adiantando que não tem a menor possibilidade de ser aprovada pelos bancos.
Pisos para comissionados
O Comando defendeu com ênfase a reivindicação de criação de pisos de R$ 5.064,73 para primeiro comissionado e de R$ 6.703,31 para primeiro gerente. Os bancos não quiseram discutir o tema, alegando que se trata de política de cada empresa.
As reivindicações para os pisos de escriturário e caixa já haviam sido discutidas na terceira rodada de negociação, na semana passada.
Isonomia salarial
A reivindicação dos bancários é para que os bancos se comprometam a aplicar a Convenção 100 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e o artigo 2º da Declaração de Direitos Humanos, que asseguram a equivalência salarial para trabalho de igual valor.
Os negociadores da Fenaban negam que haja diferença tanto entre funções como entre homens e mulheres. "Insistimos que as diferenças existem, como mostram os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Emprego e Trabalho, o que demonstra haver discriminação de gênero, por causa da má gestão dos bancos, que não garantem igualdade de oportunidades para as mulheres", diz Carlos Cordeiro.
Parcelamento de adiantamento de férias
O Comando defendeu a proposta da categoria de que os trabalhadores, por ocasião das férias, possam requerer que a devolução do adiantamento feito pelo banco seja efetuada em até dez parcelas iguais e sem juros, a partir do mês subsequente ao do crédito. Vários bancos já concedem essa vantagem aos bancários.
Os negociadores da Fenaban ficaram de levar a reivindicação para os bancos.
Outras reivindicações econômicas
A 16ª Conferência aprovou a reivindicação de R$ 724,00, o equivalente ao salário mínimo nacional, para os vales-alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá. A categoria também reivindica a criação de um 13º vale-alimentação.
Os representantes da Fenaban também disseram que vão levar a reivindicação aos bancos.
Em relação ao auxílio-educacional, argumentaram que cada banco tem a sua política e não querem incluir a cláusula na Convenção Coletiva.
O Comando também reivindicou o reajuste do vale-cultura para R$ 112,50. Os representantes dos bancos disseram que o tema voltará a ser discutido nesta quinta-feira (11/09), quando entrará em discussão a reivindicação de PLR equivalente a três salários mais parcela adicional de R$ 6.247,00.
CALENDÁRIO DE NEGOCIAÇÕES
11/09 - Final da quarta rodada de negociação com a Fenaban
12/09 - Terceira rodada de negociação específica com o BB
Fonte: Contraf-CUT