O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira declarou ontem (8/09), que a intenção do governo Michel Temer (PMDB) é promover uma reforma trabalhista que possibilite, entre outros pontos, a ampliação da jornada de trabalho para até 12 horas diárias.

Este anúncio gerou desconforto no presidente, que imediatamente mandou o ministro remendar seu discurso, temendo aumento dos protestos defendendo sua saída. "O presidente me ligou, me orientou a reafirmar que o governo não vai elevar a jornada de 8 horas nem tirar direitos dos trabalhadores", afirmou depois o ministro.

Ronaldo então disse à imprensa que isso seria uma forma de regulamentar a jornada de quem trabalha no regime 12 x 36 e permitir contratos por hora trabalhada, como propõem alguns projetos de lei que estão tramitando na Câmara dos Deputados.

Na avaliação do secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, é preciso ficar atento a esse tipo de discurso, que demonstra a real intenção do governo Temer de cortar direitos básicos previstos na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

“Eles falam em algo absurdo, como as 12 horas de jornada, para nos assustar, depois recuam para 10 horas e fica parecendo que vencemos. Nós lutamos pela redução da jornada de trabalho, Não aceitaremos que mexam em nossos direitos", ressaltou o sindicalista.

Fonte: CUT