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Comando Nacional rejeita proposta da Fenaban

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09 de setembro 2016

O Comando Nacional dos Bancários rejeitou, na própria mesa de negociação, a nova proposta apresentada hoje (9/09), em São Paulo, pela Fenaban, e orientou a categoria a intensificar a greve iniciada na última terça-feira.

Os representantes dos bancos ofereceram um reajuste de apenas 7% no salário, na PLR e nos Auxílios refeição, alimentação, creche/babá, e abono de R$ 3,3 mil.

Como esse índice não cobre, sequer, a inflação acumulada entre setembro de 2015 e agosto de 2016, que foi calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) em 9,62%, e representa uma perda de 2,39% para a categoria, foi mantida a greve.

Nova rodada de negociação foi agendada para o dia 13 de setembro.

Entre as reivindicações dos bancários estão: reposição da inflação do período (9,62%) mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora, assim como a defesa do emprego, também são prioridades para a categoria bancária.

Só a Luta te Garante

Diante do desrespeito dos bancos, mais do que nunca, só a luta de cada bancário e bancária pode garantir novas conquistas. Ontem, no terceiro dia de greve, 8.454 agências e 38 Centros Administrativos tiveram as atividades paralisadas em todo o Brasil. Este número representa 35,91% das agências bancárias do país e um crescimento de 13% da mobilização, na comparação com a terça-feira (6), primeiro dia de paralisações.

“O Comando Nacional agiu bem ao rejeitar essa proposta dos bancos, que impõe perdas para a categoria no momento em que os preços estão nas alturas e o custo de vida requer uma remuneração maior”, avalia Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina.

Para Regiane, os bancários e bancárias devem ampliar ainda mais a greve para mostrar à Fenaban, assim como para as diretorias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que ninguém aceita arrocho salarial do setor mais lucrativo do país e também quer respostas para os demais pontos da Minuta de Reivindicações, por serem fundamentais na luta por melhores condições de trabalho, saúde e segurança.

“Precisamos de novas adesões à greve na segunda-feira, pois só com muita luta vamos romper com a intransigência dos bancos e conquistar os avanços que queremos nesta Campanha”, conclama.

Lucros exorbitantes x Desemprego

Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.

Bancários e bancárias convivem com um ambiente de trabalho adoecedor, com desgaste da saúde física e mental, em decorrência das metas abusivas, assédio moral e condições laborais inadequadas. A última estatística divulgada pelo INSS, entre janeiro e março do ano passado, revelou que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico, revelando que as doenças do sistema nervoso já ultrapassaram os casos de LER/Dort.

Proposta dos bancos rejeitada na mesa de negociação  

Principais reivindicações da categoria bancária
 

Reajuste de 7%: representa perda de 2,39% para os bancários em relação à inflação de 9,62%

Abono de R$ 3.300,00: parcela única e não incorpora aos salários

Piso portaria após 90 dias: R$ 1.474,05

Piso escritório após 90 dias: R$ 2.114,43

Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.856,31 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa)

PLR regra básica: 90% do salário mais R$ 2.163,31, limitado a R$ 11.605,13. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.531,27

PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.326,63

Antecipação da PLR: Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 02/03/2017. Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.297,99, limitado a R$ 6.963,08 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro. Parcela adicional equivalente a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016, limitado a R$ 2.163,31.

Auxílio-refeição: R$ 31,71

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 525,96

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 422,33

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 361,30

Vale-Cultura: R$ 50,00 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício)

Gratificação de compensador de cheques: R$ 164,12

Requalificação profissional: R$ 1.444,18

Auxílio-funeral: R$ 966,02

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 144.500,53

 Ajuda deslocamento noturno: R$ 101,15

 

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real

PLR: 3 salários mais R$ 8.317,90

Piso: R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último)

Vale-alimentação no valor de R$ 880,00 ao mês (valor do salário mínimo)

Vale-refeição no valor de R$ 880,00 ao mês

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas

PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários): para todos os bancários

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs)

Fonte: Contraf-CUT