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“Vamos para cima desse Congresso conservador”

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08 de maio 2015

O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que a entidade vai para cima desse Congresso conservador. Esta posição foi tirada depois de constatar a forma como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trata a CUT e a Força Sindical.

Na sessão que votou a MP (Medida Provisória) 665, realizada na quarta-feira (6/05), apenas 25 militantes cutistas receberam senhas para entrar nas galerias da Câmara, enquanto o pessoal da Força ocupou todas as demais cadeiras.

Vagner lembra que na votação do PL 4330, no dia 22 de abril, foi proibido por Cunha de assistir a sessão. “Esse presidente da CUT não entra aqui de jeito nenhum”, disse o autoritário deputado que vem defendendo os interesses dos patrões com o objetivo de retirar direitos da Classe Trabalhadora.

Dias antes, dirigentes da CUT foram atacados pela Polícia Militar em Brasília, quando protestaram em frente ao Congresso Nacional por não terem acesso às galerias da Câmara. Na época, Cunha chamou os militantes de “vândalos” que “não merecem estar nessa galeria”.

Para Vagner Freitas, a situação não surpreende diante da postura autoritária que Cunha adota desde sua eleição. “Enquanto uma central apanha, a outra tem acesso livre às galerias. Esse deputado age como um imperador, mas não vai frear a nossa mobilização”, apontou.


Ajuste é equívoco

Na próxima semana, quando a MP 664, que ataca os direitos ao Auxílio-doença e pensão por morte voltar à pauta, a CUT estará novamente no Congresso Nacional.

Para Vagner, a primeira pergunta é por que e para quem será feito o ajuste fiscal. “Ao longo dos tempos, ajustes fiscais são parte de um receituário neoliberal que usa o pretexto de equilibrar as contas do Estado para retirar direitos dos trabalhadores e cortar investimentos públicos no país. O Plano Levy (em referência a Joaquim Levy, ministro da Fazenda) quer jogar na recessão para depois reconstruir e isso é um tremendo equívoco que não permitiremos”, criticou Vagner.

Essa receita, de acordo com Vagner, inclui outros ingredientes que tem sido jogados no caldeirão da recessão, como o aumento da taxa de juros, a diminuição do crédito da Caixa Econômica Federal para compra de imóveis e a restrição do acesso ao FIES (Fundo de Financiamento Estudantil).

O dirigente da CUT questionou também o processo de construção das medidas, que não ouviu as Centrais Sindicais e, por isso, miram apenas quem trabalha e gera renda, excluindo os especuladores de qualquer sacrifício para o tal equilíbrio fiscal.

Vagner Freitas afirmou ainda que a Central lançará uma plataforma com propostas dos trabalhadores e economistas do campo progressista para se contrapor ao atual  Plano Levy aplaudido pelo Congresso mais conservador desde 1964.

“Onde estão as medidas para taxar as grandes fortunas e as remessas de lucro? Essa é uma pergunta que a CUT fará e cobrará do Governo”, afirmou o sindicalista.

Fonte: CUT