Caixa lucra R$ 7 bilhões e fecha 3.219 postos de trabalho devido ao PAA

08 de março 2016
Mesmo com o lucro de R$ 7,156 bilhões, obtido em 2015, o que representou crescimento de 0,9% em relação ao exercício de 2014, a Caixa Econômica Federal fechou 3.219 postos de trabalho, devido ao PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria), implementado pelo banco.
Na opinião de Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina, este resultado reflete o empenho dos empregados e empregados para superar as dificuldade e cumprir metas.
“Todos fizeram sua parte, só a direção da Caixa é que ainda não se deu conta de que com a solução dos problemas decorrentes da falta de pessoal este lucro poderia ter sido bem melhor, além de resolver os casos de adoecimentos causados pela sobrecarga de serviços”, questiona Regiane.
De acordo com o balanço, o número de empregados efetivos da Caixa, em dezembro de 2015, foi de 97.458. Nos últimos 12 meses foram abertas 13 agências e 28 postos de atendimento, enquanto foram fechados 3.790 postos de correspondentes bancários, para um total de 14.421 unidades.
O resultado anual foi impulsionado pelas receitas de crédito que totalizaram em R$ 86,6 bilhões e cresceram em 30,5%, seguido do resultado com TVM* e instrumentos derivativos em R$ 43,7 bilhões e com alta expressiva de R$ 45% em doze meses. O Patrimônio Líquido totalizou em R$ 62,7 bilhões, com alta de 1%, permitindo uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado de 11,44% (variação de -3,79 p.p., em relação a 2014).
A Carteira de Crédito Ampliada cresceu 11,9% em doze meses (acima do saldo de crédito do sistema financeiro que cresceu 6,6% em 12 meses até dez/15), atingindo um montante de R$ 679,5 bilhões. A carteira comercial pessoa física cresceu 9,8% em relação a dezembro de 2014, totalizando em R$ 103,2 bilhões. Já as operações com pessoa jurídica alcançaram R$ 96,2 bilhões, mantendo-se estável em doze meses.
O crédito habitacional alcançou R$ 384,2 bilhões, com crescimento de 13,0%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias de 3,55% apresentou alta de 1,0 ponto percentual no período. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa foram ampliadas bem acima do crescimento da carteira de crédito, chegando a R$ 19,7 bilhões (alta de 49,4%), limitando a realização de lucro líquido mais expressivo.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 12,6% em doze meses, enquanto as despesas de pessoal tiveram alta de 10,5%, permitindo que as receitas de serviços e tarifas cobrissem 104,85% das despesas de pessoal no ano (+1,88 p.p).
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Fonte: Contraf-CUT