Categoria terá salários reajustados em 2,75% este mês

07 de setembro 2017
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou ontem (6/09) o cálculo da inflação de agosto de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). A variação no mês foi negativa de - 0,03%. Com) isso, o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 1,73%. O reajuste da categoria bancária será de 2,75%.
“No ano passado conseguimos prever esta conjuntura de ataques aos trabalhadores e seus direitos que estamos enfrentando e fizemos um acordo de dois anos. Somente por isso conseguimos aumento real de 1%. Esta não é a realidade da maioria das categorias e, entre as empresas públicas, os bancários serão, possivelmente, os únicos trabalhadores que obterão aumento real neste ano”, disse Roberto von der Osten, presidente Contraf-CUT.
Segundo levantamento realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) entre 300 categorias pesquisadas, 30 tiveram reajustes abaixo da inflação, para 91 foi igual ao INPC, 107 conseguiram apenas 0,5% acima da inflação e 38 categorias ganharam entre 0,51% e 1% acima da inflação.
Aumento real
A categoria bancária conquistou o aumento real de 1% depois de uma longa greve de 31 dias, que resultou no fechamento de uma CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) válida por dois anos. Para 2017, o reajuste vai repor integralmente a inflação (INPC/IBGE) e garantir mais 1% de aumento real nos salários, em todas as verbas e na parcela fixa da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
Desde 2004, os bancários conquistam aumento real de salários. Neste ano, o reajuste de 1% acima da inflação deve ser ressaltado não apenas pelo momento histórico do País, mas também por vir em um tempo de deflação, enquanto em anos anteriores o reajuste acabava sendo corroído pela inflação.
Defesa do emprego
Outro avanço obtido com a mobilização de 2016 foi a criação dos Centros de Realocação e Requalificação Profissional, previstos na cláusula 62 da CCT. Os bancos deverão criar estes Centros para, ao invés de demitir funcionários, requalificá-los e realocá-los em outros postos de trabalho. O direito foi acrescentado na CCT da categoria nas negociações de 2016 e a redação da cláusula foi aprovada na última reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).
Uma das prioridades dos bancários deste ano é a defesa do emprego. O Comando Nacional dos Bancários entregou à Fenaban uma proposta de Termo de Compromisso com 21 pontos para proteção de empregos, de direitos históricos e de delimitação dos atos nocivos que podem advir da nova Lei Trabalhista (Lei 13.467/2017) e da Lei de Terceirização (Lei 13.429/2017) e de outras que ainda tramitam no Congresso Nacional.
A Fenaban vai discutir o termo com os bancos para dar a resposta à Contraf-CUT.
PLR e vales
O reajuste de 2,75% também será válido para a PLR dos bancos privados e Vales Refeição e Alimentação, além do Auxílio Creche/babá.
Os novos valores já são válidos para os salários referentes ao mês de setembro, a serem pagos em outubro. Já a PLR deve ser paga até o dia 30 de setembro.
A Contraf-CUT já solicitou aos bancos a antecipação do pagamento. Atendendo à solicitação, o Banco do Brasil, que tem um programa próprio de PLR, que independe do índice, já efetuou o pagamento da PLR aos funcionários no dia 31/08.
A CCT de dois anos também garantiu o abono dos 31 dias de paralisação, sem a necessidade de compensação.
Fonte: Contraf-CUT