Edição Especial do VIDA traz dados da Consulta sobre condições do trabalho e saúde

07 de março 2013
A busca pelos bancos de lucros cada vez maiores transformou os trabalhadores do setor em vendedores de inúmeros serviços e produtos, nem sempre necessários para os clientes. O resultado disso é a multiplicação dos ganhos com tarifas, que em alguns casos cobrem cerca de duas vezes as despesas com a folha de pagamento dos funcionários.
Com uma ganância incontrolável, agora os bancos apostam na imposição de metas cada vez mais altas de venda destes produtos, transformando o clima nas agências num verdadeiro terror, com pressões constantes e muitas vezes desumanas, submetendo as pessoas a situações constrangedoras e até humilhante perante aos colegas.
Tudo isto fica evidente ao analisar os resultados da Consulta sobre as Condições de Trabalho e Saúde do Trabalhador Bancário, realizada pelo Sindicato de Londrina no mês de novembro. O cenário é assustador, segundo avalia a secretária de Saúde do Sindicato, Regiane Portieri, relatando que 42% dos entrevistados concordaram com a visão de que “a meta em si não é problema, mas sim a pressão para superá-la”.
“Em decorrência disso, os trabalhadores se sentem apenas mais um número dentro dos bancos, além de sofrerem emocionalmente ao se verem obrigados a ´empurrar` produtos que notadamente os clientes não precisam”, afirma Regiane.
Para ela, estas situações acumuladas aumentam ainda mais o quadro de depressão, estresse e adoecimento da categoria. “Isto também foi apontado na Consulta por 76% dos 854 bancários e bancárias que responderam afirmativamente à pergunta: “você acha que o bancário adoece mais se comparado às outras profissões?”
Regiane Portieri lembra que este resultado coincide com o elevado número de atendimentos feitos pela Secretaria de Saúde do Sindicato em 2012. “Mais de 250 bancários e bancárias nos procuraram no ano passado para buscar orientações a respeito de direitos relacionados à saúde e também abrimos 23 CATs (Comunicações de Acidentes de Trabalho) em apenas 10 meses, enquanto os bancos emitiram outras 21 CATs no mesmo período”, destaca.
Em função deste cenário, a secretária de Saúde diz que as ações em defesa da saúde da categoria e de combate ao assédio moral nos bancos serão intensificadas. “Precisamos mudar atual forma de organização do trabalho bancário para fazer com que os sentimentos, a saúde e a própria vida das pessoas sejam colocadas em primeiro plano”, defende.
Clique no link para ler a Edição Especial de Saúde do VIDA BANCÁRIA, com mais detalhes a respeito da Consulta sobre as Condições de Trabalho e Saúde do Trabalhador Bancário.