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Encontro Nacional define pauta específica dos funcionários

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06 de junho 2013

Emprego, saúde e condições de trabalho e remuneração. Essas foram as três grandes prioridades apontadas pelos mais de 130 participantes do Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, promovido pela Contraf-CUT e encerrado no final de ontem (5/06), em São Paulo. Os bancários aprovaram uma pauta específica de reivindicações, que também inclui demandas de previdência complementar e saúde suplementar, a ser entregue para a direção do banco espanhol.

"Queremos retomar o processo de negociações com o banco, buscando discutir seriamente as propostas dos trabalhadores, que visam garantir respeito, dignidade e valorização profissional", afirma o funcionário do Santander e o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Além disso, Ademir avalia que é preciso intensificar as mobilizações para que as negociações avancem. “Estamos cansados das enrolações do banco e das práticas antissindicais", completa.

O Encontro Nacional dos funcionários do Santander reforçou a importância da unidade e da mobilização para ampliar as conquistas dos trabalhadores do banco. Durante o evento, os funcionários se manifestaram contra as demissões, a política de rotatividade, o fechamento de postos de trabalho, a terceirização, os correspondentes bancários e a discriminação nas contratações.

A principal reivindicação é a contratação de funcionários para melhorar as condições de trabalho e garantir qualidade de atendimento aos clientes. Os dirigentes presentes ao Encontro a pressão das metas, o assédio moral, o estresse e o adoecimento como graves problemas piorados pela carência de pessoal e sobrecarga de trabalho na rede de agências do banco. "Queremos mudança na gestão do banco, a fim de eliminar essa forma de organização do trabalho que adoece, bem como o cumprimento da jornada de seis horas para todos", salienta o diretor da Contraf-CUT.

Remuneração - Os dirigentes sindicais chamaram a atenção para as diferenças salariais na mesma função, a ausência de um PCS (Plano de Cargos e Salários) e a falta de transparência nos programas próprios de remuneração variável. "Enquanto os funcionários são desvalorizados, os 46 diretores do Santander recebem salários e bônus milionários, mostrando que há concentração e não distribuição de renda no banco, o que é inaceitável", criticou com indignação Ademir Wiederkehr.

Previdência complementar - Os bancários enfatizaram a falta democracia e transparência no SantanderPrevi, a redução das contribuições do Santander na migração dos participantes do ex-Holandaprevi até 31 de maio de 2009, o não aporte do serviço passado pelo banco no plano II do Banesprev e a ausência de contribuições da patrocinadora em planos do Sanprev. "Renovamos a proposta de unificação da gestão de todos planos numa única entidade de previdência complementar, o Banesprev, que possui o melhor modelo de governança", destaca.

Saúde suplementar - Foi destacada a necessidade de manutenção do plano de saúde na aposentadoria com as mesmas condições de cobertura que o bancário gozava quando da vigência do contrato de trabalho, mediante pagamento de mensalidade correspondente ao valor que era descontado de seu holerite (contracheque). "Queremos também que haja transparência com a disponibilização dos contratos e coberturas dos planos de saúde para os trabalhadores e o envio de extrato mensal discriminando as despesas realizadas para cada bancário", ressalta o dirigente da Contraf-CUT.

Outras propostas aprovadas - Uma série de outras propostas foi aprovada no Encontro Nacional, como a de cobrar do banco a retirada imediata das ações judiciais movidas contra entidades sindicais e a Afubesp após protestos contra demissões, falta de funcionários e desrespeito com os aposentados. "Queremos o fim das práticas antissindicais, o respeito ao direito de liberdade de expressão e de organização sindical", defende Ademir. Também foi definida a orientação aos sindicatos para não homologar rescisões feitas por prepostos terceirizados pelo Santander. Trata-se de uma função administrativa e uma atividade-fim da empresa e, por isso, deve ser realizada por um funcionário designado pelo banco, como vinha sendo efetuado anteriormente. Várias entidades já suspenderam as homologações por terceirizados.

Combate à terceirização - O secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, alertou os funcionários do Santander para a importância de barrar o projeto de lei nº 4330/2004, do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que escancara a terceirização e tramita rapidamente no Congresso Nacional.

Esse projeto, agravado pelo substitutivo do deputado Arthur Maia (PMDB-BA), quase entrou em pauta na sessão do dia 4/06 da CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara. "A CUT e as demais Centrais Sindicais estão preparando propostas para apresentar na mesa permanente de negociação com o Governo, que ocorrerá no próximo dia 11, bem como estão intensificando a mobilização sobre os parlamentares para evitar a aprovação desse projeto que, se aprovado, vai rasgar a CLT e liberar a precarização do emprego no país", disse Miguel.

O dirigente da Contraf-CUT fez também uma apresentação sobre a organização e o papel das COEs (Comissões de Organização dos Empregados), explicando o seu funcionamento em bancos públicos e privados e anunciando que o tema será pautado em breve para debate nas Federações.

Fonte: Contraf-CUT