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Sociólogo Jessé Souza vem a Londrina dia 17/09 para falar sobre “Elite do Atraso”

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05 de setembro 2018

 O sociólogo e escritor Jessé Souza estará em Londrina no dia 17 de setembro para participar de evento que abordará sua obra “A Elite do Atraso – Da Escravidão à Lava-Jato”, promovido pelo projeto de extensão Práxis, da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

Jessé vai falar sobre seu livro e no evento, a ser realizado no Cine Teatro Ouro Verde, a partir das 19h00, vai ter a apresentação da peça “Os Vikings e o Reino Saqueado”, com a Cia. Palhaços de Rua, leituras de trechos dos livros Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, Raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Holanda, e os Donos do Poder, de Raymundo Faoro.

Haverá ainda exibição de vídeo do desfile da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti, “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, segunda colocada no Carnaval do Rio de Janeiro em 2018.

Retire seus convites nos seguintes locais:

- Sindicato dos Bancários de Londrina, das 8h00 às 18h00

- Casa do Pioneiro, sede do projeto Práxis, localizada no campus da UEL, entre os dias 10 a 14/09, das 11h00 às 13h30 e das 18h00 às 20h00, e no dia 17 de setembro, das 11h00 às 18h00

- Scalassara Advogados Associados, na Avenida Higienópolis, 32, 16º andar, de 10 a 14/09 e no dia 17 de setembro, das 9h00 às 18h00

Sobre o autor e sua obra

 A obra de Jessé Souza é uma das de maior repercussão na opinião pública, quando o assunto é a atual crise brasileira, suas raízes históricas  e suas implicações no futuro dom País.

 O livro “A Elite do Atraso – Da Escravidão à Lava-Jato” está há mais de um ano entre os mais vendidos nas principais rankings do mercado editorial, na categoria de não-ficção.

 Em recente entrevista à revista Cult, Jessé Souza declarou que é preciso “explicar o Brasil desde o ano zero”. 

Para ele, a principal causa do Brasil ser o que é, um País injusto e subdesenvolvido, não é a corrupção estatal, fruto de  uma suposta herança patrimonialista ibérica. Essa tese é advogada por expoentes do pensamento brasileiro, como Sérgio Buarque de Hollanda, propagadas pela grande mídia e está na base das “justificativas” do golpe de 2016 - e de outros momentos em que governos com algum caráter popular foram depostos.

 Para o autor, a causa do “atraso civilizatório” do Brasil é uma brutal e fundadora desigualdade social, enraizada em mais de 300 anos de escravidão, cujas consequências são vividas na carne pelo povo brasileiro até hoje.

 De acordo com Souza, a “corrupção só do Estado” ou “a corrupção dos tolos” é uma cortina de fumaça que esconde a apropriação pelo 1% mais rico, a Elite do Atraso, do trabalho e das riquezas do povo.

Os mecanismos da rapina são o endividamento público, a ciranda financeira, a isenção e a sonegação fiscal, entre outros.

 Com isso, o sociólogo não nega a existência da corrupção estatal, mas a coloca numa outra hierarquia de importância para explicar nossas mazelas.

 A “corrupção dos políticos” seria um “troco” perto da “grande corrupção” praticada pelos privilegiados, que, ainda por cima, valem-se desse discurso ideológico para tornar sua rapinagem “invisível”.

Doutor em sociologia pela Universidade de Heidelberg (Alemanha) e professor da Universidade Federal do ABC, Jessé Souza é autor de 27 livros, incluindo “A ralé brasileira: quem é e como vive” (2009), “A tolice da inteligência brasileira” (2015) e “A radiografia do golpe” (2016).

 Presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) entre 2015 e 2016, Souza coordenou pesquisas de amplitude nacional sobre classes e desigualdade social.