TRT manda Itaú reintegrar bancária demitida que estava amparada por Auxílio-doença

03 de julho 2018
O Itaú perdeu mais uma ação na Justiça do Trabalho por não respeitar direitos trabalhistas e tratar seus funcionários como se fossem apenas números ou máquinas, que podem ser descartados quando bem quiser.
Uma bancária de Angra dos Reis, que recebe Auxílio-doença do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), foi demitida em abril deste ano e conseguiu a reintegração no emprego em julgamento feito pelo TRT (Tribunal Regional Federal), da 1ª Região.
Além de estar afastada, ela comprovou, por meio de exames e diagnósticos, que tem tenossinovite e outras lesões por esforço repetitivo decorrentes do trabalho executado no banco.
No entendimento dos desembargadores do TRT, diante da doença ocupacional e da concessão do Benefício Acidentário, a dispensa não poderia ter sido consumada. "Ponderando-se os interesses em conflito, verifica-se de um lado a necessidade de proteção ao emprego da trabalhadora que porta doença ocupacional e que trabalhou para a empresa por quase 20 anos; de outro, o empregador que quer apenas exercitar o direito protestativo de romper o contrato de trabalho. Ora, as empresas não podem se despir de sua função social, demitindo seus empregados porque simplesmente adoeceram e não mais podem produzir como antes. Tal conduta, no presente caso, até mesmo atrapalha o tratamento médico", constou da sentença da ação.
Para Dulce Silveira, secretária de Saúde do Sindicato de Londrina, esta decisão da Justiça vem de encontro com as denúncias que o movimento sindical faz há muito tempo em relação à cruel política de pessoal o Itaú.
“A bancária de Angra não é a primeira a ser reintegrada e esperamos ver novas vitórias como essa na Justiça do Trabalho, pois só assim conseguiremos pressionar o banco a rever a forma como trata seus funcionários e funcionárias, com a exigência de metas cada vez mais altas, desrespeito à legislação e impondo um ritmo de trabalho desumano”, ressalta.
A bancária de Angra dos Reis teve todo o apoio do Sindicato e do seu departamento jurídico no processo que assegurou sua reintegração no emprego.
Fonte: Sindicato de Angra dos Reis